Biografia de Um Líder


Rainha Elizabeth
História
Rainha Elizabeth nasceu em Greenwich, dia 7 de setembro de 1533 Isabel era a única filha viva do rei Henrique VIII com sua segunda esposa, Ana Bolena, marquesa de Pembroke, com quem casou secretamente.Sua mãe morreu, quando ela tinha dois anos e meio, acusada de adultério, bruxaria,e incesto.Foi considerada Bastarda. Mais tarde, seu meio-irmão, Eduardo VI, deixou a coroa a Lady Jane Grey, excluindo as suas irmãs da linha de sucessão. No entanto, o seu testamento foi rejeitado, Lady Jane Grey foi executada e, em 1558, Isabel sucedeu à sua meia-irmã católica, Maria I, depois de passar quase um ano presa por suspeita de apoiar os rebeldes protestantes.

Rainha
Isabel decidiu que reinaria com bons conselheiros, dependendo fortemente de um grupo de intelectuais de confiança liderado por William Cecil, barão Burghley.  Primeiras ações  _Uma das suas primeiras acções como rainha foi apoiar o estabelecimento da igreja protestante inglesa, da qual se tornou governadora suprema. Este Acordo Religioso Isabelino manteve-se firmemente durante o seu reinado e desenvolveu-se, tornando-se naquela que é conhecida hoje como a Igreja de Inglaterra.
Rainha Virgem
Era esperado que Isabel se casasse, mas apesar de vários pedidos do parlamento e de numerosas cortes feitas por vários membros de casas reais por toda a Europa, ela nunca o fez. As razões para esta decisão já foram muito debatidas. À medida que envelhecia, Isabel tornou-se famosa pela sua virgindade, criando um culto à sua volta que foi celebrado nos retratos, festas e literatura da época.
Período Elisabetano
Seu reinado é conhecido por Período Elisabetano (ou Isabelino) ou ainda Era Dourada. Foi um período de ascensão, marcado pelos primeiros passos na fundação daquilo que seria o Império Britânico, e pela produção artística crescente, principalmente na dramaturgia, que rendeu nomes como Christopher Marlowe e William Shakespeare. No campo da navegação, o capitão Francis Drake foi o primeiro inglês a dar a volta ao mundo, enquanto na área do pensamento Francis Bacon pregou suas ideias políticas e filosóficas. As mudanças se estendiam à América do Norte, onde se deram as primeiras tentativas de colonização, que resultaram em geral em fracassos. Isabel era uma monarca temperamental e muito decidida. Esta última característica, vista com impaciência por seus conselheiros, frequentemente a manteve longe de desavenças políticas. Assim como seu pai, Henrique VIII, Isabel gostava de escrever, tanto prosa quanto poesia.
                                Ascenção
Isabel tornou-se rainha aos vinte e cinco anos e, ao saber da notícia da sua ascensão, terá citado a 23.ª linha do 118.º salmo em latim: "A Domino factum est illud, et est mirabile in oculis notris" ("É a vontade do Senhor e é maravilhosa a nossos olhos." No dia 20 de Novembro de 1558, Isabel declarou as suas intenções para o seu conselho e para outros nobres que tinham vindo a Hatfield jurar-lhe lealdade. O seu discurso contém o primeiro registo da sua adopção da política teológica medieval de que o soberano tem "dois corpos": o corpo natural e o corpo político:
Meus senhores, a lei da natureza faz-me lamentar a minha irma; o fardo que caiu sobre mim deixa-me assombrada e, contudo, considerando que sou uma criatura de Deus, ordenada a seguir a Sua escolha, irei, de hoje em diante entregar-me, desejando do fundo do meu coração que possa ter a ajuda da Sua graça para ser um pilar da Sua vontade divina nesta função que me foi confiada. E como não sou mais que um corpo naturalmente considerado, apesar de pela Sua permissão, um corpo político para governar, desejo que todos vós (...) me ajudeis, para que eu, com o meu governo, e vós, com o vosso serviço, possamos prestar um bom serviço a Deus todo poderoso e dar algum conforto à nossa posterioridade na terra. Tenho intenção de tomar todas as minhas decisões através de bons conselhos e boa consulta.

'

Quando a sua procissão avançou pelas ruas da cidade na noite da sua coroação, Isabel foi muito bem recebida pelos cidadãos com orações e celebrações, a maior parte com sabor protestante. As demonstrações de apreço da rainha, abertas e graciosas, tornaram-na admirada pelos que a viram e que ficaram "magnificamente maravilhados".
Isabel foi coroada em 15 de Janeiro de 1559. Não havia um arcebispo da Cantuária na época para presidir a cerimónia. O último católico a ocupar o posto foi o cardeal Reginald Pole, que morreu poucas horas depois da rainha Maria. Como os principais bispos declinaram em participar na coroação (porque Isabel era filha ilegítima tanto sob a lei canónica quanto pela estatutária, além de ser protestante), foi Owen Oglethorpe, um bispo de menor importância, de Carlisle, quem a coroou. Já a comunhão não foi celebrada por Oglethorpe, mas pelo capelão pessoal da rainha, para evitar o uso dos ritos católicos. A coroação de Isabel I foi a última em que o latim foi usado durante a celebração, passando as celebrações posteriores a ser em inglês. Mais tarde, Isabel conseguiu convencer o capelão da sua mãe, o já citado Matthew Parker, a tornar-se arcebispo. Este aceitou, somente por lealdade e honra à memória da mãe da rainha, visto que considerava particularmente complicado servir a Isabel.


Questão do casamento
Logo após sua ascensão, muitos se questionaram sobre possíveis laços matrimoniais para Isabel. A razão para nunca ter se casado é imprecisa. Pode ter sentido repulsa, motivada pelos maus tratos que as esposas de Henrique VIII haviam recebido. Outra hipótese é de que tenha sido afetada psicologicamente pela suposta relação que teve com Tomás Seymour durante sua infância. Boatos da época imputavam-lhe um defeito físico que estava receosa de revelar: talvez marcas deixadas por varíola. É também possível que Isabel não desejasse compartilhar o poder da coroa ou que, dada a situação política instável, temesse a luta contra rebeliões apoiadas por facções aristocráticas, no caso de estabelecimento de matrimônio com algum representante de alguma dessas facções. Existe também a hipótese de que soubesse que era infértil. A única coisa que se sabe com certeza é que o casamento ser-lhe-ia particularmente dispendioso e custar-lhe-ia também alguma independência, já que todas as propriedades e rendas de Isabel herdadas de seu pai seriam suas somente enquanto fosse solteira.
Também é lógico entender que só tinha duas opções, ambas más: ou desposava um estrangeiro, e neste caso corria o risco de perder não apenas a independência pessoal, mas também a de seu reino, como vira suceder com sua irmã, que fizera da Inglaterra um apêndice dos interesses espanhóis; ou se casava com um súbdito, e neste caso elevava uma família de súbditos à condição de dinastia. Manter-se solteira, dizer que "tinha desposado o seu País", foi uma sábia política que lhe garantiu boas condições de governo, além de popularidade (embora nos primeiros anos do reinado a pressão fosse grande para ela contrair matrimônio), mas ao preço de não ter um sucessor de seu corpo. Na verdade, Isabel reluta até o fim em definir quem herdará o trono. Aparentemente, a sua menção mais clara à sua escolha é, no leito de morte, quando diz que "somente um rei poderá herdar o trono" que é seu, numa alusão inequívoca a Jaime VI da Escócia, que lhe sucederá como Jaime I da Inglaterra - e marcará o final da dinastia Tudor e o início da Stuart
Espanha
Isabel reduziu a influência da Espanha sobre a Inglaterra. Embora Filipe II a tivesse ajudado a terminar as Guerras Italianas com a paz de Cateau-Cambrésis, Isabel permaneceu diplomaticamente independente. Adotou o princípio "Inglaterra para os ingleses". Seu outro reino, a Irlanda, nunca se beneficiou de tal filosofia. A implantação de costumes ingleses na Irlanda mostrou-se impopular entre os seus habitantes, bem como a política religiosa da rainha.
Depois de Filipe ter lançado um ataque da surpresa aos navios corsários dos capitães Francis Drake e John Hawkins em 1568, Isabel requisitou a captura de um navio do tesouro espanhol em 1569. A atenção da Espanha já estava voltada para a Holanda onde tentava debelar uma rebelião e não tinha recursos disponíveis para declarar uma guerra contra a Inglaterra.
Filipe II participou de mais de uma conspiração para destronar Isabel, ainda que de forma relutante nalguns casos. O quarto duque de Norfolk se envolveu também no primeiro destes complôs: a Conspiração de Ridolfi de 1571. Depois desta conspiração católica ter sido descoberta e frustrada, o duque de Norfolk foi executado e Maria Stuart perdeu a pouca liberdade que lhe restava. A Espanha, que vinha estabelecendo relações cordiais com Inglaterra desde a união de Filipe à antecessora de Isabel, passou a mostrar-se hostil.
Em 1571, Sir William Cecil tornou-se barão de Burghley e em 1572 foi elevado à importante posição de tesoureiro-mor. Seu posto como secretário de estado foi ocupado pelo chefe da rede de espionagem de Isabel, Sir Francis Walsingham.
Entretanto, Sir Francis Drake tinha iniciado uma grande viagem contra os portos e navios espanhóis nas Caraíbas entre 1585 e 1586, e em 1587 fez um ataque bem-sucedido em Cadiz que destruiu a frota espanhola de navios de guerras que tinha como destino um ataque a Inglaterra: Filipe II tinha finalmente decidido declarar guerra a Inglaterra.
No dia 12 de Julho de 1588, a Armada espanhola, uma grande frota de navios, começou a navegar em direcção ao canal, planeando um ataque liderado pelo duque de Parma à costa sudueste da Inglaterra a partir da Holanda. Um conjunto de erros, azar e um ataque dos navios ingleses no dia 29 de Julho na costa de Gravelines, dispersou os navios espanhóis para nordeste, derrotando a armada. A armada voltou para Espanha com o pouco que restava, depois de derrotas desastrosas na costa irlandesa. Sem saber do destino da Armada, várias milícias inglesas juntaram-se para defender o país sob o comando de Robert Dudley. O duque convidou a rainha para inspeccionar as tropas em Essex, no dia 8 de Agosto. Usando uma armadura prateada sobre um vestido branco de veludo, proferiu um dos seus mais famosos discursos:
Meu adorado povo, fomos persuadidos por alguns que se preocupam com a nossa segurança, para termos cuidado com a forma como nos empenhamos em armar multidões por medo de traição; mas garanto-vos, não desejo viver para desconfiar do meu fiel e adorado povo (...) sei que nada mais tenho senão o corpo de uma fraca e débil mulher, mas possuo o coração e o estômago de um rei e de um rei de Inglaterra também e desprezo a ideia de que Parma ou Espanha ou qualquer outro príncipe da Europa se atrevam a invadir as fronteiras do meu reino.
'
Quando não houve nenhuma invasão, a nação rejubilou. A procissão que se seguiu à missa de acção de graça na Catedral de São Paulo rivalizou com o espectáculo da coroação. A derrota da Armada vou uma potente arma de propaganda, tanto para Isabel como para a Inglaterra protestante. Os ingleses viram-na como um símbolo da aprovação de Deus da nação e da sua rainha virgem. Contudo, a vitória não causou um ponto de viragem na guerra, que continuou a favor de Espanha. Espanha ainda controlava os Países Baixos e a ameaça de uma invasão permanecia.
Os navios corsários ingleses continuaram atacando navios do tesouro espanhóis vindos das Américas. Os corsários mais famosos foram o Sir John Hawkins e Sir Martin Frobisher. Em 1595 e em 1596, uma expedição desastrosa levou às mortes tanto de John Hawkins quanto de Francis Drake. Também em 1595, uma força espanhola desembarcou na Cornualha. Depois de queimarem algumas vilas e saquear suprimentos, retornaram a Espanha

Guerras e comércio estrangeiro

A política estrangeira de Isabel foi, em grande parte, defensiva, com a excepção da ocupação inglesa de Le Havre de Outubro de 1562 a Junho de 1563 que acabou por falhar quando os huguenotes de Isabel se juntaram aos católicos para reconquistar o porto. A intenção de Isabel tinha sido trocar Le Havre por Calais que tinha sido perdido para França em Janeiro de 1558. Foi só através das actividades das suas frotas que Isabel teve uma política agressiva. Estas acabaram por resultar numa guerra contra a Espanha que foi lutada maioritariamente no mar. A rainha tornou Francis Drake cavaleiro do reino depois da sua circumnavegação do planeta de 1577 a 1580 e ele acabou por ganhar fama pelos seus ataques a portos e barcos espanhóis. A política marítima de Isabel tinha um certo elemento de pirataria e auto-enriquecimento que a rainha pouco conseguia controlar.

Expedição aos Países Baixos

Em 1580, o papa Gregório XIII enviou forças para ajudar as rebeliões de Desmond na Irlanda que, no entanto, falharam. A rebelião foi dada como terminada em 1583. Enquanto isso Portugal e Espanha formavam a União Ibérica, assim Filipe II de Espanha, I de Portugal, junto com o trono português, recebeu o comando de alto-mar. Após a ocupação e perda de Le Havre em 1562-1563, Isabel evitou expedições militares ao continente até 1585, quando enviou um exército inglês para ajudar os protestantes holandeses a lutar contra Filipe II. Estes eventos aconteceram após a morte dos seus aliados, Guilherme, o taciturno, príncipe de Orange (assassinado) e de Francisco, duque de Anjou, e a rendição de uma série de cidades holandesas a Alexander Farnese, duque de Parma, o governador espanhol da Holanda, nomeado por Filipe II. Em Dezembro de 1584 formou-se uma aliança entre Filipe II e a liga francesa católica em Joinville, reconheceu a incapacidade do irmão de Anjou, Henrique III de França, em travar o domínio espanhol da Holanda. Também aumentou a influência espanhola ao longo da costa francesa, onde a liga católica era forte, e expôs Inglaterra a uma invasão. O cerco de Antuérpia no verão de 1585, idealizado pelo duque de Parma, precisava de alguma reacção por parte de Inglaterra e dos holandeses. O resultado foi o Tratado de Nonsuch em Agosto de 1585, no qual Isabel prometia apoio militar aos holandeses. O tratado marcou o inicio da Guerra Anglo-Espanhola que durou até ao Tratado de Londres de 1604.
A expedição foi liderada pelo seu antigo pretendente, Robert Dudley. Isabel não apoiou esta alternativa desde o inicio. A sua estratégia era apoiar os holandeses no campo de batalha com o exercito inglês enquanto se começavam conversas de paz secretas com os espanhóis poucos dias depois da chegada de Dudley à Holanda, era oposta à de Dudley que não só queria lutar numa campanha activa e sabia que os holandeses também esperavam que isso acontecesse. Isabel, por outro lado, queria que ele evitasse "a todos os custos qualquer ataque decisivo contra o inimigo."  Enfureceu Isabel quando aceitou o posto de governador-geral dos estados-gerais holandeses. Isabel viu esta acção como um plano dos holandeses para que ela aceitasse ser soberana do seu país, algo que ela tinha sempre recusado. Numa carta a Dudley disse:
Nunca poderíamos ter imaginado (não o tendo visto) que um homem elevado por nós e extraordinariamente favorável a nós, acima de qualquer outro súbdito desta terra, iria, de forma tão desprezível, romper com as nossas ordens numa causa que toca a nossa honra tão de perto (...) e por isso o nosso prazer expresso e comando é que, tendo todos os atrasos e desculpas esgotado, cumpra o dever da sua aliança, obedece -lhe e cumpra o que quer que o portador de tal lhe ordene fazer em nosso nome. Se de aqui em diante não o fizer, irá sofrer a penalidade máxima.
'

O "comando" de Isabel era que o seu emissário lesse as suas cartas de censura publicamente, perante o conselho de estado holandês e com Dudley a seu lado. Esta humilhação publica do seu general juntamente com as suas conversas para uma paz separada com a Espanha, destruíram irreversivelmente a sua imagem entre os holandeses. A campanha militar foi fortemente dificultada pelas recusas constantes de Isabel em enviar os fundos que tinha prometido para os soldados que passavam fome. A sua pouca vontade em empenhar-se na causa, a própria incompetência de Dudley como líder político e militar e a situação caótica da política holandesa foram as razão pelas quais a campanha falhou. Dudley acabou por renunciar ao seu comando em Dezembro de 1587.